quinta-feira, 21 de julho de 2011

Rio+20 vai discutir novo paradigma de desenvolvimento econômico

Wednesday, 20 de July de 2011
Rio+20 vai discutir novo paradigma de desenvolvimento econômico
A Rio+20 acontecerá entre 28 de maio e 6 junho de 2012.
Vinte anos depois da Rio 92, ambientalistas do mundo inteiro vão voltar ao Brasil para um novo encontro da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre meio ambiente. Mas, desta vez, as discussões devem ir além das questões ambientais, na avaliação do diretor executivo do Greenpeace Brasil, Marcelo Furtado, que participou do encontro há 20 anos e vai estar na reunião do Rio em 2012.
"Diferentemente da Rio 92, a conferência deixa de ser reunião ambiental para discutir um novo paradigma de desenvolvimento econômico", avalia.
Mais do que um balanço da implementação de compromissos estabelecidos na conferência de 1992 - como a Agenda 21 e a criação das convenções-quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas e Biodiversidade - a Rio+20 vai tentar avançar na proposta de uma economia verde, que concilie crescimento econômico com baixas emissões de carbono.
"Essa discussão de integrar meio ambiente e desenvolvimento já é atrasada, todo o mundo sabe o que é preciso fazer. A questão é como definir essa estratégia de desenvolvimento que tenha uma economia de baixo carbono, com justiça, com governança e com sustentabilidade," afirmou o ativista.

Novo acordo ambiental mundial

A Rio+20 também poderá ser uma oportunidade para tentar avançar em discussões travadas em outros fóruns, mesmo que em negociações informais. A construção de um novo acordo internacional sobre redução de emissões de gases de efeito estufa, por exemplo, não tem avançado nas últimas conferências sobre mudanças climáticas, e a ONU ainda está longe do consenso sobre um novo mecanismo para suceder o Protocolo de Quioto.
Para Furtado, durante a Rio+20, os negociadores internacionais poderão criar as bases de novo acordo, mesmo que a formalização fique para depois, durante a Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas.
"Pelo fato de não ser o foro oficial, pode haver um diálogo maior em que a sociedade, empresas e grupos acadêmicos também estejam envolvidos. A Rio+20 pode ser uma oportunidade de montar uma estratégia e um compromisso que poderiam ser efetivados oficialmente numa reunião da convenção-quadro", explicou. "A Rio+20 poderia fazer o papel de ponte entre onde nós estamos e onde podemos chegar."

Universo ambiental


Duas décadas depois da Rio 92, o movimento ambientalista ganhou força e as discussões sobre o futuro do planeta não estão mais restritas a organizações não-governamentais ou grupos acadêmicos, o que também fará da Rio+20 uma conferência diferente da anterior.
"O debate ainda era bastante restrito no universo ambiental. Hoje a comunidade ambientalista é muito maior, porque ser ambientalista também é ser um ator social, ser cidadão", compara o diretor do Greenpeace.
Outra novidade será o papel da internet e das redes sociais, que poderão ampliar os limites da conferência para muito além do Rio de Janeiro e permitir que cidadãos do mundo inteiro acompanhem os debates e cobrem ações concretas de seus representantes na definição de novos compromissos para o desenvolvimento sustentável.
"Não podemos mais ser apenas expectadores. A Rio+20 é, por um lado, a oportunidade de cobrar soluções que a gente sabe que existem, mas que não avançam por falta vontade política; e de outro, de envolver novos atores no debate. A mudança vai exigir ações não só dos governos, mas das empresas, da sociedade", avalia Furtado.
Órgão internacional para a área ambiental
A Conferência Rio+20 tratará sobre preservação ambiental, desenvolvimento sustentável e economia verde, devendo definir um novo padrão mundial para o setor ambiental.
Mais de 100 presidentes da República e primeiros-ministros estarão presentes na maior conferência mundial sobre preservação ambiental. A expectativa, segundo os organizadores, é que a China, Índia e os Estados Unidos enviem emissários do primeiro escalão do governo para os debates.
As discussões da cúpula poderão gerar a proposta de criação de um órgão específico internacional para a área ambiental. O órgão, em estudo, ficaria subordinado à Organização das Nações Unidas (ONU), como ocorre com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) - que será comandada pelo brasileiro José Graziano da Silva.
A ideia é que a sede do novo órgão, responsável pela área ambiental, seja na África. Atualmente só há uma agência da ONU para cuidar do tema, que é o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), cuja sede fica no Quênia. Criado em 1972, o programa tem o objetivo de fortalecer as ações mundiais de desenvolvimento sustentável.
As autoridades brasileiras e estrangeiras, porém, concluíram que é necessário ampliar os esforços em nível mundial, pois hoje não há uma definição universal sobre economia verde nem foram estabelecidos os instrumentos, aceitos de forma global, para o desenvolvimento sustentável.
Agência Brasil

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